Jesus Não Teve Umbigo? Por Que Não?
Por Diógenes Dornelles
Tenho recebido e-mails de irmãos reclamando a respeito de um tema novo que tem sido apresentado e divulgado entre os irmãos da Mensagem que defende a hipótese de que o nosso Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, teria nascido sem umbigo. O argumento para isso é de que simplesmente por Maria não ter sido de fato a mãe de Jesus, mas sim apenas uma “incubadora”, Seu nascimento virginal teria Lhe isentado desta cicatriz que é comum a todo o ser humano quando o cordão umbilical lhe é cortado.
Ao pesquisar no programa Word Of The Hour do Message Doctrine, o qual contém no seu acervo digital todos os sermões originais de William Branham, constatei que em nenhuma ocasião nos seus mais de mil e cem sermões gravados, o profeta de Deus havia pregado ou sugerido algo semelhante. Lembro ao estudante da doutrina da mensagem de que o profeta nos disse que precisamos sempre ficar com as fitas e dizer somente o que as fitas dizem. Quando porém nos deparamos com um assunto que o profeta não abordou, seja para nos dar a sua opinião pessoal ou um ASSIM DIZ O SENHOR, isso não significa de forma alguma que não podemos fazer considerações ou discorrer sobre o assunto, desde que sempre tenhamos o cuidado de apresentar estas mesmas considerações como uma opinião pessoal nossa e não como uma verdade insofismável.
Eu não tenho aqui a mínima intenção de combater ou contrariar a opinião pessoal de quem quer que seja, pois respeito o direito que todos os meus irmãos tem de fazê-la. Porém o que eu pretendo fazer aqui é de avaliar esta questão na sua totalidade, abrangendo tudo o que o irmão Branham falou em seus sermões sob o respaldo das Escrituras, e dar a minha opinião pessoal sobre o que a doutrina da mensagem me leva a concluir acerca de tudo aquilo que por mim foi considerado.
Como todos sabem, o irmão Branham nos ensinou que o Filho de Deus foi gerado no ventre de Maria que funcionou apenas como uma incubadora que alimentou e sustentou o Seu corpo físico durante a gestação, sem dar nenhuma contribuição a mais, nem mesmo o óvulo, pois o esperma e o óvulo necessários para dar origem ao embrião foram totalmente criados por Deus. Portanto o Sangue de Jesus não era de Maria, mas de Deus mesmo.
A Semente Não Herdará Com a Palha (18/02/1965), § 39 - Observe como Maria se parecia mais com a coisa real, mas como a casca. A casca abraça esta semente em si mesma, e a protege, e a alimenta, até que ela fica só e madura. Então tem esta terceira era da igreja do pentecoste amadurecida segurando este grão até chegar o tempo da casca se abrir. Maria sendo a mãe de Cristo, apenas uma incubadora... Ele não era o sangue de Maria; Ele não era de sangue judeu; Ele não era de sangue gentio; Ele era o Sangue de Deus. Deus criou este Sangue. Isto não poderia ser pelo sexo. Ele não era nem judeu e nem gentio. O bebê não possui nenhuma partícula do sangue da mãe. O sangue vem do pai. Nós sabemos que a hemoglobina está no macho.
Abandonando Tudo (23/01/1962), § 106 - (…) ela não era nem judeu… o bebê era... Jesus não era nem judeu nem gentio. Ele era Deus. Isso mesmo. Deus mesmo criou um corpo para que nele habitasse, que foi o Seu Filho, Jesus Cristo. Aquele santo nascimento virginal produziu este ser humano, a imaculada conceição pelo Espírito Santo. A mulher não teve nada a ver com isso, nem o óvulo e nem a célula sanguínea.
O Rev. Lee Vayle tem pregado este mesmo ensino do irmão Branham sem mudar absolutamente nada. Desta forma então, juntamente com os sermões do irmão Branham, também farei uso aqui neste estudo dos sermões doutrinários do irmão Vayle, porque como nos foi recomendado pelo próprio profeta, qualquer dúvida que tivéssemos acerca de alguma questão doutrinal, o Rev. Lee Vayle também estaria apto a responder, pois em tudo foi instruído. Em seu sermão “Perguntas e Respostas Nº. 2”, alguém lhe perguntou se o corpo de Jesus era realmente de carne semelhante à nossa e aqui está a sua resposta:
Perguntas e Respostas Nº. 2, (29/09/1991) § 84 - “O corpo de Jesus absoltamente era, porém não era carne como a sua e a minha porque temos um elemento da semente da serpente. A Bíblia distintamente diz no Livro de Hebreus, que Ele da mesma forma, assumiu uma parte do mesmo; Ele não assumiu isto totalmente. Como que Ele poderia? Como no mundo poderia Ele ter o Sangue requisitado e a Vida requisitada no Sangue se Ele tivesse um corpo exatamente igual ao nosso? Ele criou o óvulo e o esperma para obter o corpo. O mais perto que você poderia dizer seria: ‘Bem, Ele teve um corpo exatamente como o de Adão?’. Eu nem sequer diria isto. Eu nem sequer diria isto. Eu não sei. Porque o corpo de Adão foi formado do pó. Ele não foi criado, ele foi formado. O pó estava ali. Mas o óvulo e o esperma sendo criados poderiam ter elementos inteiramente diferentes neles, e ainda assim se alimentar da substância da terra – onde o corpo de Maria foi a fábrica química. E ela não contribuiu com mais nada, exceto com o processo químico. O irmão Branham claramente lhe diz que não contribuiu com mais nada a não ser com o processo químico.”
Observe que aqui o Rev. Lee Vayle enfatiza que seria absolutamente impossível que o Filho de Deus possuísse totalmente o mesmo corpo que o nosso, referindo-se à nossa natureza pecaminosa da qual todos nós herdamos, visto que Jesus não nasceu pelo intercurso sexual como toda a raça humana; mas tampouco teria Ele um corpo semelhante ao de Adão visto ter sido formado do pó da terra, enquanto que o corpo de Jesus foi na verdade uma nova criação de Deus, como o sêmen, que é a célula sanguínea, e o óvulo, que deveriam possuir propriedades diferentes das que o corpo de Adão possuía. De acordo com o irmão Branham o Sangue de Jesus não era de judeu e nem de gentio, mas era o Sangue do próprio Deus. Entretanto o corpo de Jesus precisou ser sustentado pelo ventre de Maria a fim de assimilar as químicas da terra. Para isso foi necessário que o corpo de Jesus, quando ainda na forma de feto, estivesse interligado ao útero de Maria por meio da placenta e do cordão umbilical. Em outras palavras, embora o Seu corpo fosse formado de forma sobrenatural pelo nascimento virginal, todo o percurso de Sua gestação seguiu exatamente o mesmo processo pelo qual o nosso também precisou passar. Seu corpo não veio diretamente do pó da terra como aconteceu com Adão, mas precisou ser alimentado das químicas da terra por meios naturais (placenta e cordão umbilical). Não há outro meio pelo qual o Seu corpo físico pudesse ser sustentado. Se Jesus não precisasse de um cordão umbilical então Ele também não precisaria ser alimentado dentro do ventre ou mesmo fora dele após o Seu nascimento. E o profeta nos conta que Jesus precisou ser tanto alimentado no útero de Maria como também amamentado por ela após o Seu nascimento.
Mas veja que embora o corpo de Jesus fosse alimentado pelas químicas da terra por meio do ventre de Maria, Lee Vayle defende, segundo o irmão Branham, de que o Seu corpo foi totalmente uma criação de Deus:
Perguntas e Respostas Sobre a Deidade Nº. 2, (8/10/2000) § 6. - (...) Mas nesta formação específica do Filho de Deus como profeta, o qual Ele era profeta, mas mais do que um profeta, Ele veio de células criadas nas quais Deus havia literalmente Se envolvido. Agora, você pode tomar isto figuradamente, ou você pode tomar isso literalmente. Tudo isso se concentra em uma coisa: o modelo genético da carne de Jesus estava absolutamente de acordo com o que repousa em Deus; porque tudo que Deus fez foi criar do nada o esperma e o óvulo e literalmente dotar isto com a Sua própria vida, quanto ao que Ele desejava que surgisse, modelado de Seus próprios genes, DNA e RNA. Agora, você não pode encontrar isto em ninguém mais. Você não pode fazer isto.
Todo o ser humano possui 46 cromossomos, sendo que 23 são herdados do pai através do espermatozóide e a outra metade pertence à mãe, cuja carga genética se encontra no óvulo. Porém como o irmão Branham disse que o sêmen e o óvulo foram totalmente criados por Deus, isso significa que toda a carga genética do DNA e RNA que o Filho herdou era 100% divina, pois pertencia ao Seu Pai. Deste modo o corpo do Filho de Deus não pôde ser contaminado na sua concepção pelo pecado da raça humana decaída, tendo em vista que este corpo não refletia a herança genética nem de um macho e nem de uma fêmea, mas de Deus unicamente.
Perguntas e Respostas Sobre a Deidade Nº. 2 (8/10/2000), § 88. -
E vamos entender isto: no raciocínio humano e no entendimento humano, o corpo do bebê que é formado no ventre da mãe vem de ambos o macho e a fêmea, mas a mulher simplesmente provê a química de acordo com o que repousa naquelas duas coisas – óvulo e esperma – e, primeiramente, o esperma. Mas o corpo reflete ambos o macho e a fêmea. Mas neste caso específico, Maria não teve nada a ver com isto, porque este corpo não refletirá seja um macho ou uma fêmea, mas Deus. [“Isso mesmo”] Essa é a razão pela qual eu não creio que Deus seja macho e fêmea. Isso não é necessário.
Deidade 9 (1/04/2000), § 57 - -Certo, vamos ir para 1 João. Aqui está o que Isto diz aqui: “O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida, porque a vida foi manifestada, e nós a vimos...”
Agora, como que a vida se manifesta? Ela precisa das químicas, “a química” como chamou o irmão Branham, e o resultado é o próprio modelo, são os próprios genes; de modo que foram os genes de Deus que produziram aquele corpo que o Filho assumiu.
Deidade 2 (3/10/1999), § 36 - Agora, observe o que isso diz aqui:
“E Deus que estava na imagem de Espírito, sem imagem, melhor, a Bíblia disse: ‘Deus é sem forma’. Tudo bem então. Deus tinha que assumir a forma e Ele fez sombra sobre uma virgem e criou nela uma célula de Sangue, sem sexo ou qualquer coisa a ver com isso e criou uma célula de Sangue que se desenvolveu no Filho de Deus, e agora observe: e Deus desceu e habitou em Seu Filho, Cristo Jesus, tornando-O Deus na terra”. Que é Deus Ele Mesmo na terra, por e através de Seu Filho. E isso é o que foi. Quando Ele desceu e obteve o corpo, Ele foi Deus na terra. Antes Ele era Deus acima da terra. Agora Ele é Deus sobre a terra e na terra, e a terra é o corpo do Seu Filho, porque Deus somente coloca o esperma e o óvulo no ventre de Maria, e o seu corpo tinha que ser uma fábrica química, extraindo das químicas da terra, para gerar o corpo. E aquele corpo era de tal poder, tremendo poder, que mesmo na morte, ele não podia se decompor. A corrupção não podia tocar.
Deidade 4 (7/11/1999), § 76 - Agora vamos ler algo mais: “O corpo é uma parte de Deus, tanto que é um Filho”. Bem, isso está certo. Se você como um homem produz outra carne por meio do santo matrimônio, essa é uma parte do seu corpo. Agora você diz: “A mulher fornece o principal”. A mulher não fornece. Ela fornece um óvulo para o esperma, e o seu corpo se torna uma produtora – um processador – do que está aqui no mundo indo através de seu corpo. Porém ela não põe o seu corpo nisto, mas as químicas vêm através de seu corpo. Assim você é esperma e óvulo. Isso é o que é fornecido; o resto são químicas, através do processo que Deus ordenou.
E qual foi o processo ordenado por Deus para que todo o feto no ventre de sua mãe absorva as químicas da terra? Por meio do cordão umbilical que liga o feto à placenta, que por sua vez está conectada à parede do útero que gera e nutre aquele feto. Neste cordão umbilical estão presentes uma veia e duas artérias. Tudo aquilo que o bebê precisa eliminar vai através da artéria para a placenta e daí para a circulação da mãe. Da placenta são levados para o bebê o oxigênio e os elementos nutritivos de que se necessita para que o embrião se desenvolva. Logo após o parto a placenta e o cordão são eliminados, pois perdem a sua função. Este é o processo simples ordenado por Deus pelo qual todo o bebê é gerado, e que foi inclusive muito bem resumido e explicado até mesmo pelo próprio profeta:
O Meio de Cura Provido Por Deus (19/07/1954), § 46. Agora observe, houve um tempo quando você não era nada ou em qualquer lugar, mas nunca haverá um tempo a menos que você seja algo ou em algum lugar. Agora, se você observar isto só por um momento. Agora, quando você primeiro começou a vir a este mundo, você era apenas do tamanho... Bem, você era menor do que qualquer coisa que o olho humano pode enxergar. E aquilo foi um germe vindo do macho, o pai. A mãe é a incubadora. Ali dentro vem este pequeno germe. E a primeira coisa que aconteceu, depois que esse pequeno germe é levado para a sua posição no ventre, então uma célula nesta pequena e diminuta célula cresceu e ela entrou em um pequeno lugar, como um pequeno lugar crescido em um fio. O germe de vida (tenho observado isso por meio de lentes, através de amigos médicos), parece-se como um pequeno fio, pequena penugem, uma coisa pequena como um cabelo, tão pequenina. Mas ali dentro então, sai um pequeno – uma pequena glândula desta glândula, que começa a crescer. E depois uma outra cresce na ponta disso, e uma outra na ponta disso começa na espinha. E isso se move; o último é o cordão umbilical. Observe, então quando ela começa a se alimentar através desse cordão... Agora, primeiro é cerca do tamanho de uma uva, depois do tamanho de um limão, depois de uma laranja, então começa a assumir uma forma. E nos nove meses, o bebê nasce...
Perguntas e Respostas Sobre Hebreus Nº. 1 (25/09/1957), §§ 185-186. - (...) “A mulher é a árvore da morte; o homem é a árvore da vida; pois a mulher nem mesmo carrega vida em si. Isto é exatamente correto. O – o germe da vida sai do homem. Vê? Corretamente. Vai para a mulher. E a mulher não é nada a não ser uma incubadora; e o bebê não está conectado, exceto pelo cordão umbilical. Nenhuma partícula do sangue da mãe está no bebê; nasceu no sangue dela, mas nem uma partícula no bebê. Descubra... Leia os livros medicinais, ou pergunte ao seu médico, você verá. Não está ali, não, senhor, nenhuma partícula disto de modo algum. Ela apenas tem o óvulo; isto é tudo. E a vida vem do homem. (...)
Observe então que embora o profeta afirme que o sangue venha do pai e não da mãe, mesmo assim ele admite que a mesma contribui para a geração deste feto por meio do cordão umbilical que irá transmitir ao bebê todos os nutrientes indispensáveis para o seu desenvolvimento. E não obstante o Filho de Deus ter sido gerado no ventre de Maria sem qualquer contribuição cromossômica ou hormonal sua, Ele precisou ser alimentado durante toda a Sua gestação pelo mesmo processo ordenado por Deus a todo ser humano que vem a este mundo, e assim o corpo do Filho de Deus adquiriu as mesmas propriedades químicas da terra com as quais Ele foi sustentado desde o Seu nascimento:
O Sinal (1/09/1963), § 95 - (...) O Sangue foi derramado no Calvário, isso é verdade. Porém o Sangue, quanto ao que é, regressou aos elementos dos quais veio, do sustento que Ele havia vivido.
Ora, se o Sangue do Filho de Deus foi sustentado pelos elementos químicos da terra isso só deve ter sido possível por meio do cordão umbilical, que como o profeta explicou, é o processo normal pelo qual todo o feto é alimentado no útero materno. Depois ele continua:
...Mas, vejam vocês, dentro da célula de Sangue havia uma Vida que começava a fazer a célula de Sangue se mover. Se ela fosse... A química não tinha Vida em si mesma, e por isso não podia mover-se. Porém quando a Vida entrou na química do Sangue, Ela formou uma célula. Formou sua Própria célula, então célula após célula, então tornou-se um Homem. E esse Homem era Deus, Emanuel, em carne. Mas quando aquela Vida voltou, a química se foi, porém o Sinal é o Espírito Santo sobre a Igreja, para que vejam Cristo.
O profeta faz aqui uma nítida separação entre o Sangue de Jesus e a química na qual este mesmo Sangue estava envolvido. O Sangue era de Deus, uma célula sanguínea criada pelo próprio Deus e que, portanto, possuía a Vida de Deus que é eterna; porém este Sangue estava envolto em um material químico independente e que não veio diretamente desse Sangue e que por conseqüência não possuía vida em si mesma, o que exclui qualquer hipótese de que o Sangue de Deus pudesse ser contaminado pelo pecado do homem por absorver nutrientes durante a gestação. Por conseguinte, o fato de admitirmos aqui que Jesus absorveu as químicas da terra pelos meios naturais, não anula de forma alguma o ensino doutrinário de que a Vida que estava em Jesus era do Seu próprio Pai e não de Maria, e de que Ele mesmo criou o sêmen e o óvulo nos quais depois Se envolveu a fim de produzir o corpo de Seu Filho sustentando-o por meio de um processo natural que Ele mesmo havia ordenado. Dizer portanto que o corpo de carne do Filho possuía um umbigo não anula nenhuma dessas verdades.
Jesus não nasceu de forma humana, ou seja, pelo sexo, mas o Seu corpo foi sustentado pelo mesmo processo normal ao qual todo o corpo humano está sujeito. Isto foi o que o profeta nos ensinou e em momento algum o Rev. Lee Vayle disse qualquer coisa que fosse contrária a este ensino:
Mensagem da Ressurreição: “Todo o Propósito a Ser Cumprido” (30/03/1997) - Então toda a plenitude estava investida Nele, e desce através de Adão até nós, então Ele mesmo assumiu uma parte de nossa carne, não exatamente a mesma, mas Ele assumiu uma parte dela. Veja, Ele não nasceu de forma humana. Agora, o processo foi humano no fato da gestação e do parto. Porém a mulher somente forneceu os elementos químicos da terra por meio do seu corpo para nutrir a este. Mas acredite em mim, o irmão Branham estava tão correto, que ele não poderia ser de outra forma, de que o óvulo e o esperma foram criados por Deus e de que a vida ali dentro era aquela vida real de Jesus, embora milhões de vezes maior do que você e eu, o Espírito sem medida, e Ele veio da mesma maneira como nós viemos! Nós viemos da mesma maneira como Ele veio.
O Filho veio a este mundo da mesma maneira e pelo mesmo processo pelo qual nós viemos. Se todos nós possuímos um umbigo por conseqüência deste processo então nem mesmo o Filho de Deus ficou isento disto, afinal as Escrituras afirmam que Ele assumiu um corpo de humilhação semelhante ao nosso. E o profeta Isaías disse que não havia nada de diferente no aspecto físico que O diferenciasse de nós ou que chamasse a atenção.
Este é o ensino doutrinário da Mensagem com relação ao nascimento do Filho de Deus e da formação do Seu corpo. E como acabei de fazer menção às Escrituras, precisamos agora ligar tudo o que foi apresentado até aqui com a Palavra de Deus, a fim de obtermos um quadro perfeito de tudo, pois tanto o irmão Branham como o Rev. Lee Vayle tem nos ensinado que as Escrituras precisam estar de acordo com a doutrina; e quando ambas estão alinhadas em uma determinada questão, tudo funcionará harmoniosamente, pois uma complementa a outra.
Quero analisar aqui algumas declarações encontradas no Novo Testamento que dizem respeito a Jesus, o Filho de Deus na Sua forma humana. Os textos aqui citados pertencem à tradução do Rei Tiago:
Hebreus 2:17. "Por esse motivo, era vital que Ele se tornasse semelhante a Seus irmãos em todos os aspectos, a fim de que pudesse constituir-Se sumo sacerdote misericordioso e leal em relação a Deus, e pudesse realizar propiciação pelos pecados do povo."
Esta Escritura diz que o Filho de Deus era semelhante a Seus irmãos em todos os aspectos. Esta palavra “semelhante” deriva do grego “homoios”, que significa “aparente” ou “semelhante em figura ou natureza”. A expressão “em todos os aspectos” aqui, foi traduzida da palavra grega “pas”, que também possui o sentido de “completamente”; “de forma completa”; “detalhadamente”; “integral”; “total”; “tudo quanto”, “de todas as maneiras”. Porém observe que essa palavra NÃO está se referindo à semelhança do homem no que tange à sua natureza pecadora, o que seria impossível, visto que o Filho de Deus não possuía pecado algum, mas sim a tudo que está relacionado diretamente à semelhança do corpo físico do homem pecador. Portanto se o Filho de Deus foi fisicamente semelhante ao homem em todos os aspectos, então Ele também teve que possuir na carne tudo aquilo que é semelhante ao que nós possuímos, e isso inclui até mesmo um umbigo.
O que o autor de Hebreus nos deixa muito bem claro aqui é de que a menos que o Filho possuísse um corpo semelhante ao nosso “em todos os aspectos”, Ele jamais poderia oferecer o Seu corpo como uma oferta de pecado no nosso lugar e consolidar assim a propiciação pelos nossos pecados como Sumo Sacerdote. Eu entendo que se no corpo de Jesus faltasse uma pequeníssima coisa que se encontra no nosso, o Seu sacrifício não mais seria perfeito visto que Ele não estaria totalmente nos representando na cruz como pecadores que somos. Todo o Seu suplício teria sido em vão.
Vamos analisar atentamente a seguinte declaração feita pelo apóstolo Paulo em Romanos 8:3:
Romanos 8:3. - Porquanto, aquilo que a Lei fora incapaz de realizar por estar enfraquecida pela natureza pecaminosa, Deus o fez, enviando o Seu próprio Filho, à semelhança do ser humano pecador, como oferta pelo pecado. E, assim, condenou o pecado na carne.
Com base nas Escrituras, a menos que Jesus em Seu corpo possuísse tudo aquilo que se encontra no nosso, Ele estaria totalmente incapacitado de nos representar e oferecer a Si mesmo como uma oferta pelo pecado. Jesus morreu na cruz a fim de representar o pecador em todos os aspectos e de substituir a todo aquele que futuramente almejasse o perdão dos pecados. Paulo disse que Jesus condenou o pecado na carne, o que significa dizer que Ele precisou possuir na Sua própria carne tudo aquilo que possuímos na nossa e que foi originado pelo pecado, para então poder condenar o pecado e todas as suas conseqüências pela mortificação do Seu próprio corpo no Calvário. Na verdade, Jesus não possuía em Sua carne nenhum pecado por si mesmo para condenar, porém Ele tinha em Seu corpo tudo aquilo que o representava. E quando Paulo diz que o Filho era a semelhança do ser humano pecador, ao possuir umbigo, Jesus Cristo estaria então se assemelhando não somente a um ser humano, mas principalmente com um ser humano pecador.
Embora Jesus não tenha nascido pela via sexual como nós nascemos, isso não impede de que Ele tivesse um umbigo. Ele teve que possuir um umbigo para em tudo ser semelhante à carne do pecador, mesmo sem a sua natureza pecaminosa. Ele pôde fazer o que a Lei não conseguiu não porque Ele não tivesse umbigo, mas porque Nele não havia pecado algum.
Filipenses 2:7 - Mas, pelo contrário, esvaziou-Se a Si mesmo, assumindo plenamente a forma de servo e tornando-Se semelhante aos seres humanos.
Jesus foi feito “semelhante” ao pecador e não igual, o que significa que no Seu corpo de carne Ele possuía tudo aquilo que nós temos (inclusive umbigo), exceto o pecado. Ele teve que se fazer semelhante a nós em todos os aspectos relacionado ao nosso corpo físico, para que então nós pudéssemos no futuro nos assemelhar a Ele em todos os aspectos ao Seu corpo glorioso:
1 João 3:2 - Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que havemos de ser, todavia, sabemos que quando Ele Se manifestar, seremos semelhantes a Ele, pois O veremos como Ele é.
Nós somente poderemos ser semelhantes ao Cristo em tudo, porque quando Ele esteve aqui na terra também Se assemelhou a nós em tudo.
Foi por essas e outras razões que Ele teve que nascer justamente de uma mulher como todos nós, para poder receber na carne exatamente tudo aquilo que herdamos no nosso nascimento. Se Ele não precisasse de um cordão umbilical então Ele também não precisaria ter nascido do ventre de uma mulher, mas a meu ver Ele precisava sim e muito de um umbigo, pois era necessário que Ele anulasse na carne tudo aquilo que os filhos de Adão herdaram de seu pai por causa do pecado. De acordo com o irmão Branham no sermão “Chave Para a Porta”, Adão não possuiu umbigo porque ele não nasceu de uma mulher, mas toda a sua descendência nasceu. Por isso que o corpo do segundo Adão precisou ser feito não semelhante ao do primeiro, mas sim semelhante à sua raça caída, a fim de restaurá-la à mesma posição que outrora o seu pai ocupara antes da queda.
Cabe aqui ainda mais um breve comentário a ser considerado junto com tudo aquilo que já foi exposto. O irmão Branham disse que quando Jesus foi crucificado Ele foi totalmente despido de Suas vestiduras e suspenso no madeiro com o Seu corpo nu. Se de fato Ele não possuísse umbigo, creio que a ausência do mesmo poderia ter sido notada e apropriadamente mencionada nos Evangelhos, pois isso poderia servir como uma forte evidência de que o Seu nascimento não foi pela via sexual, visto que aqueles mesmos que O crucificaram haviam também anteriormente chamado Jesus de filho de prostituição, embora como eu já dissesse antes, ainda que Jesus tenha vindo pelo nascimento virginal, isso de forma alguma impediria Dele possuir um umbigo.
A observação de uma possível ausência de umbigo no corpo de Jesus durante a Sua crucificação não seria omitida nos Evangelhos e com certeza faria todos os presentes verificarem que Jesus era diferente de toda a espécie humana ao não possuir algo que é comum a todos nós, e dessa forma, pelo o que pudemos concluir pelas Escrituras, Ele estaria inapto para representar o ser humano pecador na cruz. Mas ao ter a Sua nudez totalmente exposta no madeiro, isso serviu para demonstrar até mesmo aos Seus próprios executores de que o corpo do Filho de Deus era, em todos os aspectos, semelhante ao corpo do ser humano pecador.
O irmão Branham chamava às vezes o corpo de Jesus de “o corpo inadulterado do Senhor Jesus Cristo”. Porém isso não descarta em hipótese alguma de que Ele não tivesse adquirido algumas cicatrizes no seu trabalho como carpinteiro, calos, bolhas, dores e tantos outros problemas aos quais todos nós seres humanos estamos sujeitos. O profeta obviamente se referia ao fato de que no corpo de Jesus não houve herança de pecado como em todos os demais filhos de Adão e também porque o Seu corpo jamais sofreu corrupção. Mas querer isentar o Filho de Deus até mesmo da cicatriz do umbigo comum a todos nós só para realçar a Sua pureza e santidade, me parece um zelo por demais exacerbado.
Na palestina dos dias de Jesus, o nascimento de um bebê sempre acontecia com a ajuda de uma parteira e entre os camponeses era até mesmo uma prática comum a gestante dar à luz ao seu filho em estábulos ao invés de uma sala comum ou mesmo em um quarto onde naqueles dias todos dormiam juntos. O recém nascido era lavado, esfregado com sal e envolto em faixas. Depois a mãe ou o pai lhe dava um nome e oito dias após o seu nascimento era circuncidado por uma pessoa especializada chamada mohel, que também era acompanhado pelo pai do menino e um sandak, como era assim chamado o padrinho. Se Jesus nascesse sem umbigo seria algo tão notório e incomum que não poderia passar despercebido seja pela parteira ou por aquele que o circuncidou no templo e muito menos teria ficado de fora dos registros dos Evangelhos. O simples fato das Escrituras guardarem silêncio com respeito a tal assunto demonstra que tudo havia transcorrido normalmente sem nada que despertasse a atenção.
Quando o cineasta italiano Franco Zeffirelli retratou Maria em seu filme Jesus de Nazaré sofrendo dores de parto ao dar a luz a Jesus, a igreja católica na ocasião contestou com veemência tais cenas, alegando que Maria por ser a “mãe de Deus” somado à sua “virgindade perpétua”, não poderia ter sofrido tais dores. Apesar de não haver registros nos Evangelhos, Maria certamente sentiu dores de parto como qualquer outra gestante porque foi dito a Eva que todas as mulheres passariam por isso ao dar à luz os seus filhos. Novamente utilizo aqui o raciocínio de que se as Escrituras simplesmente se mantém em silêncio sobre estas questões tais como umbigo, dores de parto, quem foi Sua parteira ou Seu padrinho, etc., é porque nada de anormal ou diferente daquilo que fugisse do cotidiano daqueles dias havia ocorrido a fim de que fosse feito algum registro, senão daquilo que os autores dos Evangelhos acharam realmente necessário divulgar.
É por essa razão que os acontecimentos que envolvem o nascimento de Jesus não são tão completos quanto se poderia desejar que fossem. Em nenhuma parte, por exemplo, foi descrito Suas características físicas ou mesmo com uma maior abrangência os Seus tempos de infância, e isso porque em Sua mocidade Jesus foi uma simples criança como qualquer outra, até o dia em que o Pai Lhe chamou para dar início a Sua obra. Os evangelistas, portanto, não estavam interessados em nos detalhar estas coisas que por sinal atraem tanto a atenção dos escritores e leitores de nossos dias, que muitas das vezes se consomem em especulações supérfluas que acabam gerando intrigas sem fim.
Portanto para mim, o simples fato dos Evangelhos não mencionarem a presença ou ausência de umbigo, prova que o Cristo deveria possuí-lo. Essa é a minha mais humilde opinião.
Irmão Diógenes Dornelles
E-mail: diogenes.dornelles@yahoo.com.br
doutrinadamensagem@gmail.com
Acompanhe nosso trabalho no Youtube - https://www.youtube.com/c/DoutrinadaMensagem
Siga-nos pelo Face - https://www.facebook.com/doutrinadamensagem