A ADORAÇÃO A JESUS
NO NOVO TESTAMENTO
PRIMEIRA PERGUNTA:
(...) Meu precioso, então se Jesus
não é Deus, por que não repreendeu Tomé? E em Mt 2:2 os magos foram adorá-Lo. Em
Mt 8 o leproso O adorou; Mt 18 também o homem O adorou. Mt 14:33 os apóstolos O
adoraram; em Mt 15:25 a mulher cananéia O adorou. Em Lucas 24:52, João 9:38, Hebreus
1:6, o senhor conhece irmão. Eles estavam adorando o Grande Deus Poderoso
Senhor Jesus Cristo que estava naquele corpo chamado Jesus? Me ajude irmão. Estou
com essas interrogações, por favor, me ajude, desde quando me batizei tenho
essas interrogações.
SEGUNDA PERGUNTA:
Hno tengo una pregunta y si no
toma a mal me agradaría hayar respuesta. Si no es molestia. En Mateo 28, los
aún discipulos, se postraron ante el Señor Jesús resucitado. Es indigno que un
judio se póstre o incline ante alguien para adorar. ¿Que enseña el hno Branham
sobre eso y hno Brian Kocourek e hno Lee Vayle? Gracias hno. Shalom.
RESPOSTA:
Muitos quando leem nas Escrituras que
o Filho de Deus estava sendo adorado, seja pelos apóstolos ou por qualquer
outro, interpretam como um reconhecimento por parte daquelas pessoas de que
Jesus fosse Deus. Essa interpretação sobre a adoração teve início com a igreja
católica que formulou uma doutrina de três pessoas da Divindade e que depois mais
tarde foi mantida pelas demais igrejas protestantes, não somente pelas trinitárias,
mas até mesmo pelos da unicidade. Não devemos nos esquecer também de que a maioria
dos tradutores da Bíblia são trinitários, e eles irão traduzi-la conforme as
suas próprias interpretações, levando em consideração suas concepções
teológicas.
Esse tema poderia ser abordado de
diversas maneiras e de forma bem ampla, mas vamos nos limitar apenas em
analisar algumas Escrituras que foram mencionadas. Se analisarmos cada
ocorrência dos Evangelhos que mencione pessoas adorando a Jesus, veremos que em
nenhuma daquelas situações isso havia sido feito para reconhecer Jesus como
sendo uma Divindade. Começamos primeiramente por analisar a adoração dos magos.
Mateus
2:1-2,11
E, tendo
nascido Jesus em Belém de Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que uns magos
vieram do oriente a Jerusalém, dizendo: Onde está Aquele que é nascido rei dos judeus? Porque vimos a Sua estrela no
oriente, e viemos a adorá-Lo... E,
entrando na casa, acharam o menino com Maria Sua mãe e, prostrando-se, O adoraram; e abrindo os seus tesouros,
ofertaram-lhe dádivas: ouro, incenso e mirra.
O irmão Branham irá nos mostrar que
os magos buscaram a Jesus porque eles reconheceram pelas Escrituras de que aquele
menino seria o futuro Rei de Israel, e naquela época eles homenageavam os reis
adorando-lhes. Conforme o irmão Branham nos explica em seus sermões, essa foi a
verdadeira razão pela qual eles O reverenciaram. Os magos estavam adorando a
Jesus como o Rei dos judeus, não como Deus. Os próprios presentes que eles
trouxeram comprovavam isso:
A Grande Luz Resplandecente (22/12/1957) §§ 83-84
O que o ouro representava? Ele era um Rei. Ele não tinha de ser
feito um Rei; Ele nasceu Rei. Ele era o Rei eterno de Deus. (Então os magos não
estavam adorando a Jesus como o Deus eterno, mas como o Rei eterno de Deus) Ele era um Rei, assim eles ofereceram ouro. E eles
ofereceram incenso. Isso é perfume, muito caro, o melhor que podia ser
conseguido. O que o incenso significava, o perfume? Ele era o aroma de bom cheiro para Deus, pois Ele ocupou-Se curando
os enfermos e fazendo o bem. Ouro, porque Ele era um Rei. Incenso, porque Ele
era o aroma de bom cheiro para Deus.
Sua vida O agradou tanto, que Deus respirou em Sua santidade e beleza, pois era Sua própria santidade refletida Nele.
Os magos reconheceram que o menino
Jesus estava refletindo a santidade de Deus como o Seu Rei que fora enviado
para reinar. Era a tudo isso que eles estavam reverenciando em sua adoração. Nos
anos seguintes o irmão Branham acrescentará a informação – porém sem alterar o
que ele já havia dito nos anos anteriores – de que o ouro que os magos
ofertaram foi uma inspiração dada a eles por Deus para a identificação do que
aquele menino futuramente seria, a saber, a “Divindade em serviço a
Deus para morte”. Mas nada disso lhes fez reconhecer de que aquela criança fosse o Deus
de Israel encarnado. Para eles o deus dos magos continuava sendo o mesmo deus
do fogo o qual eles veneravam em seus templos alimentando-o com suas chamas
sagradas, conforme o irmão Branham havia apontado após suas pesquisas.
O irmão Branham também irá nos dizer
em seus sermões de que embora aqueles homens possuíssem algum tipo de fé por
não serem incrédulos, eles ainda assim eram gentios com diversas práticas e
costumes pagãos, e que, portanto, não estavam na linha reta da verdade. Nesta mesma
ocasião em que o irmão Branham pregou o sermão acima mencionado, ele ressaltou
que precisou fazer uma vasta pesquisa sobre quem eram esses magos e sobre como
eles atuavam, baseando-se nos registros do historiador Hamptom.
Por conseguinte, seguindo esse mesmo
exemplo do irmão Branham, pensamos ser apropriado para esse tema, transcrevermos
igualmente aqui as palavras de John Davis publicadas no seu “Dicionário da
Bíblia”, onde ele nos dará maiores detalhes acerca desses magos e de seus
costumes pagãos. Davis diz o seguinte:
Magos: (em grego Magoi, plural de magos; na inscrição
Behistum lê-se Magushu) – casta religiosa a que pertenciam, como indica o seu
nome, os sábios que vieram do oriente para adorar o infante Jesus. Ao que tudo
indica, eles eram conhecedores de astrologia, Mt 2:1-12. Os magos eram uma
classe numerosa o bastante para formar uma das seis tribos da Média, Heród.
1:101. Quando os persas conquistaram a Média, os magos conservaram sua influência
no novo império. Tentaram uma vez apoderar-se do governo, com o sacrifício
inútil de muitas vidas, o que os dizimou. Apesar disso, o seu poder reviveu,
3:79. Adoravam os quatro elementos: o fogo, o ar, a terra e a água,
especialmente o fogo. Os únicos templos que eles tinham eram dedicados ao fogo,
construído em geral sobre as casas, nas quais conservavam o sagrado elemento
sempre ardendo dia e noite. Quanto ao destino que davam aos cadáveres era uma
questão que envolvia muita perplexidade da parte deles. Os corpos não deviam
ser queimados, nem enterrados, nem lançados às águas, nem expostos ao ar até se
consumirem. Para não profanarem nenhum dos elementos sagrados, ficavam expostos
para serem devorados pelos abutres ou pelas feras, Heród. 1:140. A fim de
tornarem este processo menos desumano, construíram umas torres que denominavam
torres do silêncio, guarnecidas de varões transversais na parte superior, onde
pousavam os corvos e os abutres, a fim de exercerem sua melancólica missão. Os
magos usavam vestimentas sacerdotais, consistindo em uma única túnica branca,
chapéu alto de feltro, com abas para cobrir os lados do rosto. Pretendiam ser
mediadores entre Deus e os homens, intervindo em todos os sacrifícios, Heród.
1:132; 7:43. Interpretavam os sonhos e os agouros e diziam possuir o dom de
profecia, 1:107, 120; 7:19, 37, 113. Tinham muito cuidado em eliminar todo
animal que consideravam pertencer a uma criação ruim, 1:140. Os estrangeiros
davam menos importância às doutrinas religiosas e às funções sacerdotais dos
magos, do que aos seus encantamentos. No decorrer do tempo, os gregos davam o
epíteto de mago a todos os feiticeiros que empregavam os métodos e os processos
do oriente. No tempo do Novo Testamento, chamavam de “magos” a todo o tipo de
curandeiro que praticava a adivinhação, e mágicas. O judeu Barjesus era mago,
At 13:6, assim como Simão, que exercia a mágica enganando o povo samaritano
8:9.
Vemos portanto que esses homens eram
adivinhos, videntes e interpretadores de sonhos; uma classe gnóstica de
sacerdotes medo-persas com tradições muito antigas. Porém mesmo assim, Deus
guiou alguns desses homens até o Seu Filho para reverenciá-Lo, tendo em vista que
naqueles dias os sacerdotes do templo, e os escribas, fariseus, saduceus, etc.,
que se assentavam na cadeira de Moisés guardando a Lei e os profetas, não
estavam tendo nenhum discernimento sobre o tempo em que estavam vivendo. Aqueles
homens estavam substituindo a Palavra de Deus por suas próprias tradições. Tamanha
era, portanto, a cegueira da classe religiosa de Israel, que foi necessário então
enviar adivinhos e sacerdotes pagãos para prestar as homenagens que nenhum
sacerdote judeu estava espiritualmente capacitado para fazer.
Vemos que algo parecido aconteceu com
o próprio irmão Branham quando certa vez foi interceptado por uma mulher
adivinha que lhe contou que ele havia nascido com um sinal que sempre lhe
seguia, e que o seu nascimento era na verdade um presente que Deus estava
concedendo aos homens da terra, assim como foi com o nascimento do Seu Filho
Jesus. Embora ela também não possuísse o Espírito Santo – exatamente como
aqueles magos – essa mulher conseguiu ver coisas que a classe teológica
daqueles dias sequer fazia ideia, pois como sabemos, o ministério de William
Branham também era um cumprimento das Escrituras, mas os mestres e teólogos o
ignoravam completamente.
Naqueles dias também era comum entre alguns
a prática pagã de se adorar os seus reis como se fossem uma divindade. Portanto
se esse fosse realmente o caso, Jesus não teria sido exatamente o primeiro e
nem o último que aqueles homens teriam adorado com essa finalidade, embora particularmente
eu não acredite que os magos O adorassem com essa intenção.
A palavra “adoração” que aparece nos
evangelhos na maioria das vezes vem do grego “proskuneo”, e
ela envolve a vários tipos de adoração. Essa palavra possui o sentido de
prestar reverência, homenagem, demonstrar reconhecimento. Significa também
literalmente “agachar”, “encolher-se”, por causa da palavra raiz “pros” que significa projetar-se para
frente. Também tem o sentido de beijar, lembrando a figura de um cão, “kuón”, que lambe a mão do seu dono
reconhecendo-o como o seu senhor.
Na Concordância de Strong vemos a
seguinte explicação para essa palavra:
De 4314 e um provável derivado de 2965
(significando beijar, como um cachorro que lambe a mão de seu mestre); 1)
beijar a mão de alguém, em sinal de reverência; 2) entre os orientais, especialmente
persas, cair de joelhos e tocar o chão com a testa como uma expressão de
profunda reverência; (Foi
exatamente isso que aqueles magos do oriente fizeram)
3) no NT, pelo ajoelhar-se ou
prostrar-se, prestar homenagem ou reverência a alguém, seja, para expressar respeito ou para suplicar; 3a) usado para
reverência a pessoas e seres de posição superior; 3a1) aos sumo sacerdotes judeus; (Veja
que os sacerdotes judeus também recebiam adoração) 3a2) a
Deus; 3a3) a Cristo; 3a4) a seres celestes; 3a5) a demônios.
Portanto essa palavra tem o sentido de se agachar e
de beijar, seja as mãos ou os pés. Embora as Escrituras não mencionem,
seguramente os mesmos magos que prestaram suas homenagens ao menino Jesus,
tiveram que prestar as mesmas reverências quando o Rei Herodes os chamou em
privado, visto que eles não eram homens de autoridade e estavam ali como
estrangeiros, com a diferença de que para esse não lhes trouxeram nenhum
presente. Herodes falsamente lhes disse que quando encontrassem a criança que
lhe avisassem, pois ele também desejava adorá-Lo, ou seja, prestar suas
homenagens reverenciando e beijando o menino, porém não com a pretensão de
reconhecê-Lo como o Deus de Israel – e tampouco também teria sido essa a
pretensão dos magos pagãos – mas como um futuro Rei.
Na tradução da Bíblia de Jerusalém a palavra “proskuneo”
foi traduzida mais corretamente por “homenagem”:
Tendo Jesus nascido em Belém da Judéia, no tempo do rei Herodes, eis que
vieram magos do Oriente a Jerusalém, perguntando: “Onde está o rei dos judeus
recém-nascido? Com efeito, vimos a Sua estrela no seu surgir e viemos homenageá-Lo”... Então Herodes mandou
chamar secretamente os magos e procurou certificar-se com eles a respeito do
tempo em que a estrela tinha aparecido. E, enviando-os a Belém, disse-lhes: “Ide
e procurai obter informações exatas a respeito do menino e, ao encontrá-lo,
avisai-me, para que também eu vá homenageá-Lo”.
...Ao entrar na casa, viram
o menino com Maria, Sua mãe, e, prostrando-se, O homenagearam.
De alguma maneira aqueles magos, que também
eram videntes e profetas, tiveram acesso no oriente às profecias que falavam da
futura vinda do Messias, e desejosos em ver o dia em que isso se cumprisse, ficaram
atentos a qualquer sinal indicativo de que isso estava prestes a acontecer.
Desta maneira, Deus honrou a fé daqueles homens, pois Ele não faz acepção de
pessoas.
Ao citar alguns possíveis motivos que
poderiam ter determinado Deus a guiar aqueles magos gentios até Belém, o irmão
Branham disse o seguinte:
A Grande Luz
Resplandecente (22/12/1957) §§ 46-50
Eles viram uma Luz que nunca tinham visto
antes. Era uma Estrela majestosa que não tinha, até este tempo, pertencido, ou
não entrara à vista dos olhos dos magos. Mas lá estava. Por quê? As Escrituras
devem ser cumpridas. Você diz, então: “Irmão Branham, acha que Deus trataria
com aqueles magos?” A Bíblia disse em Hebreus capítulo 1 e versículo 1 que:
“Deus antigamente, de muitas maneiras,” todos
os tipos de maneiras, “havendo falado aos pais.” Também está escrito em
Atos 10:35 que: “Deus não faz acepção de
pessoas, mas honra aqueles, em cada nação, que desejam servi-Lo em
justiça.” Embora você esteja errado,
mesmo assim, na justiça do-do desígnio do seu coração que você deseja servir a
Deus, Deus honrará isso. Por
conseguinte, as denominações não têm limites que possam estabelecer, que detenham
a Deus em algum determinado credo, porque Deus
irá considerar os motivos do coração humano, e aí Ele operará a partir desse ponto. E verificamos que estes magos,
honestos em seu coração e desejando ver
aquele único Deus verdadeiro, e esperando Sua profecia ser cumprida, que dizia que:
“O Senhor O levantará e fará um... Seu reino não terá fim. Será um reino
eterno.”
O irmão Branham está nos dizendo que os magos
estavam tentando ver a Deus, e eles viram Deus ao contemplar o Seu Filho,
porque o nascimento de Jesus era o cumprimento de uma Escritura que eles
estavam examinando. Embora aquele bebê não fosse Deus, ao ver uma profecia
cumprida, os magos estavam vendo o próprio Deus ao contemplar a Sua própria Palavra
agora cumprida e interpretada. Deus está em Sua Palavra, e Ele próprio era a
Palavra que agora estava ali naquele Logos que saiu Dele e que Se fez carne, de
modo que depois os magos O homenageassem.
Essa mesma palavra grega “proskuneo” também aparece em Mateus 14:33:
Veja que os discípulos NÃO adoraram
Jesus porque pensavam que Ele fosse o próprio Deus por ter acalmado a
tempestade, mas porque criam que Jesus
era de uma autoridade superior por ser o Seu Filho. Os discípulos nunca adoraram
a Jesus porque pensavam que ele fosse Deus. Isso é muito diferente do que os trinitários
e unicistas pensam, porque tal pensamento nunca foi uma fé e confissão
apostólica. Embora eles não tivessem ainda a plena revelação da Divindade, é
certo que eles estavam diante de Deus e O adoraram ali em Seu Filho, uma vez
que no Jordão, como nos explicou o irmão Branham, Deus passou a habitar
corporalmente em plenitude em Jesus Cristo.
Essa palavra “proskuneo” também aparece na parábola contada por Jesus sobre o
credor incompassivo, quando o Rei resolve ajustar as contas com os seus servos.
Essa parábola irá mostrar que o gesto que o credor compassivo fez perante o seu
rei foi o mesmo que os magos fizeram para com o menino Jesus. Em Mateus 18:26,
na tradução da King James diz:
“O servo, então, com toda a reverência, prostrou-se (no texto grego está a mesma palavra “proskuneo”
para “adoração” que tem o sentido de súplica, homenagem e de respeito a alguém
superior.), diante
do rei e implorou: ‘Sê paciente comigo e tudo te pagarei’.”
Embora seja uma parábola, Jesus não
está inventando nada novo aqui. Era um costume oriental se ajoelhar e adorar os
reis beijando suas mãos ou os seus pés em sinal de reverência, e esse servo
está aqui fazendo tudo isso. Será que Jesus estaria sugerindo que esse servo
estava adorando o seu senhor e rei como se ele fosse o Altíssimo Deus de
Israel? É claro que não. Porém veja que nessa parábola esse servo não está
fazendo ao seu rei nada diferente do que os magos fizeram ao futuro rei de
Israel, porque a palavra usada aqui foi absolutamente
a mesma e com o mesmo sentido.
Em Apocalipse o Senhor Jesus disse
que os crentes de Filadélfia seriam adorados.
Apocalipse 3:9
Eis que
eu farei aos da sinagoga de Satanás, aos que se dizem judeus, e não são, mas
mentem: eis que eu farei que venham, e adorem
prostrados a teus pés, e saibam que eu te amo.
Estaria Jesus insinuando que esses crentes seriam adorados como divindades?
Esse é apenas mais um exemplo de que a tradução incorreta feita pelos
tradutores trinitários de “proskuneo” por “adoração”, cuja palavra denota um culto religioso, foge do seu
verdadeiro sentido quando contrastado com o seu contexto.
No evangelho de Marcos também foi
registrado que os soldados romanos adoraram a Jesus:
Marcos 15:19
E
feriram-No na cabeça com uma cana, e cuspiram Nele e, postos de joelhos, O adoraram.
É certo que eles o fizeram para
escarnecer Dele, porém não o fizeram para reconhecê-Lo como um Deus, mas sim
como um rei, neste caso segundo o entendimento deles, um rei vencido de uma
nação conquistada.
Outra situação onde novamente encontramos
a palavra “proskuneo” está em Mateus 28:9:
“E eis que Jesus veio ao encontro delas e disse: Salve! E elas,
aproximando-se abraçaram-Lhe os pés e O adoraram”.
Elas se agacharam e beijaram os Seus
pés em sinal de reverência porque assim como antes, elas haviam reconhecido juntamente
com os apóstolos de que Jesus era o Filho do Deus altíssimo, porém agora ressuscitado.
Depois em Mateus
28:16-17 vemos que os discípulos fizeram a mesma coisa que haviam feito em
Mateus 14:33:
E os
onze discípulos partiram para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha
designado. E, quando O viram, O adoraram; mas alguns duvidaram.
Aqui os discípulos adoraram Jesus da mesma forma e
com a mesma intenção com que haviam feito anteriormente como em Mateus 14:33,
porque reconheciam que Ele era de fato o Filho de Deus agora ressuscitado.
Porém aqui Jesus está em uma condição diferente daquela de Mateus 14, pois lá
Deus estava habitando corporalmente em plenitude em Seu Filho, porém após a Sua
ressurreição Deus NÃO estava mais habitando em Seu corpo; Jesus Cristo apenas
está ali em Seu corpo glorificado. Deus só voltará a habitar em plenitude no
corpo do Seu Filho quando Ele voltar na Sua segunda vinda. Mas mesmo assim, os
apóstolos estavam diante de Alguém que foi e sempre continuará sendo a imagem
visível do Deus invisível. E da mesma maneira como os magos, os apóstolos também
puderam de alguma forma estar ali mais uma vez adorando ao único Deus verdadeiro
ao contemplar a Sua Palavra cumprida, porque as profecias diziam que o corpo do
Messias não sofreria corrupção, e eles estavam vendo a Deus, ou seja, Sua
Palavra sendo cumprida e interpretada diante de seus olhos.
Jesus também disse em certa ocasião
que Ele adorava ao Pai, o Seu Deus.
João 4:22:
Jesus aqui está Se
incluindo junto com os demais israelitas que adoravam ao único Deus verdadeiro.
Jesus não adorava a Si mesmo, Ele adorava a Deus. E como vemos em Atos 4:24-30,
mesmo depois da ascensão de Jesus, os discípulos e toda a igreja continuaram a
fazer as suas orações e a dirigir a sua adoração somente para Deus, mas sempre
fazendo tudo em nome de Seu Filho, conforme o próprio Senhor Jesus lhes ensinara.
Vejamos agora um outro texto de
Marcos 5:6-7. Lá diz que um endemoniado também adorou o Filho de Deus:
“Quando, de longe, viu Jesus, correu e O adorou (Do grego “proskuneo”. Estaria
o demônio Lhe adorando como Deus? Vamos ver...) exclamando com alta voz: Que tenho eu Contigo,
Jesus, FILHO DO DEUS ALTÍSSIMO? (O
demônio não estava adorando a Jesus como o Deus Altíssimo, mas como o Filho do Deus Altíssimo, exatamente
como os apóstolos também fizeram...) Conjuro-Te por Deus que não me atormentes”.
“Conjuro-Te por
Deus”. O demônio sabia que Jesus não era Deus, pois se referiu a Ele como
sendo um outro Ser distinto do Filho. É terrivelmente perturbador e desconcertante
verificar que os demônios compreendem muito melhor a Divindade do que os trinitários
e unicistas. A razão disso é que desde o princípio da criação esses demônios
que outrora poderiam ter sido anjos que depois acabaram se rebelando, viram o
Filho em Sua glória junto ao Seu Pai. Isso para eles é uma verdade tão
irrefragável que nem sequer ousariam contestar. Eles sempre fizeram confissões
públicas não de que Jesus fosse Deus, mas de que Ele era o Seu Filho. Assim nos
ensinou o irmão Branham:
Inspiração
(28/01/1956) § 73
Vê como o
diabo apanha as pessoas hoje? Elas pensam: “Bem, eu vou à igreja. Certamente
que eu creio em Deus. Eu creio que Jesus é o Filho de Deus.” Cada demônio no inferno crê da mesma
maneira. Eles confessaram isto
publicamente, diante de milhares, confessaram ser Ele o Filho de Deus.
Eles não foram salvos. Conversão é uma experiência, nascido de novo. Observe
quão glorioso, que coisa maravilhosa.
Mas assim como os
demônios, Deus disse que o Seu Filho também receberia adoração por parte dos
Seus anjos, porém tampouco como Deus.
Hebreus 1:6
E outra
vez, quando introduz no mundo o primogênito, diz: E todos os anjos de Deus O adorem.
Essa adoração que os anjos deveriam prestar seria para o Filho, o
Cordeiro de Deus, porém não para reconhecê-Lo como Deus. O irmão Lee Vayle
explicava a adoração ao Cordeiro da seguinte maneira:
O Deus Conhecido 2 (5/05/2001)
§ 45 – Lee Vayle
“Você
sabe que Ele recebe adoração, porém não como Deus. Como eu disse antes, Ele
recebe adoração – não por Quem Ele é – mas pelo o que Ele fez. E Ele nunca
teria feito o que Ele fez exceto por Quem Ele era”.
Como veremos a seguir,
o livro de Apocalipse mostra uma clara distinção
na adoração a Deus e ao Seu Filho, o Cordeiro de Deus. Quando os quatro
seres viventes e os vinte e quatro anciãos adoraram Aquele que estava sentado no
trono e que era o Pai de Jesus Cristo, eles O chamaram de “o Senhor Deus, o Todo-Poderoso”, porque isso é o que
Ele é, porém como veremos, eles nunca fizeram essa mesma declaração para o
Cordeiro. Apocalipse 4:8-11:
Os
quatro animais tinham, cada um de per si, seis asas, e ao redor, e por dentro,
estavam cheios de olhos; e não descansam nem de dia nem de noite, dizendo:
Santo, Santo, Santo, É O SENHOR DEUS,
O TODO-PODEROSO, que era, e que é, e que há de vir. E, quando os animais
davam glória, e honra, e ações de graças ao que estava assentado sobre o trono,
ao que vive para todo o sempre, os vinte e quatro anciãos PROSTRAVAM-SE (do grego “pipto”) diante do que estava assentado sobre o trono, e ADORAVAM (“proskuneo”) o que
vive para todo o sempre; e lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: Digno
és, SENHOR E DEUS NOSSO, de
receber glória, e honra, e poder; porque tu criaste todas as coisas, e por tua
vontade são e foram criadas.
Vemos claramente que aqueles que se prostraram diante do trono identificaram
ao que estava sentado nele como sendo o próprio Deus. Porém quando o Cordeiro aparece
logo após a esse evento a fim de tomar o livro das mãos de Seu Pai e abrir os
selos, embora aqueles mesmos tenham também se prostrado diante do Cordeiro, NENHUM DELES Lhe chamou, identificou e
nem muito menos O adorou como Deus:
Apocalipse
5:6-11
Olhei,
e eis que estava no meio do trono e dos quatro animais viventes e entre os
anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete chifres e sete
olhos, que são os sete espíritos de Deus enviados a toda a terra. E veio, e
tomou o livro da destra do que estava assentado no trono. (Tomou o livro das mãos de Deus) E,
havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro...
A palavra usada aqui no grego não foi “proskuneo”, mas “pipto”,
que não possui o mesmo sentido de “adoração”, embora na concordância de Strong,
entre vários sentidos para essa outra palavra, que significa literalmente “cair
prostrado”, ele menciona que essa interpretação poderia ser uma delas:
2a5) usado de suplicantes e pessoas
rendendo homenagens ou adoração a alguém.
Então o Cordeiro
também estava de certa forma sendo adorado, no sentido de receber reverências e
homenagens, porém não como Deus, pois em nenhum momento Ele é invocado ou
reconhecido como tal.
...Tendo
todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso, que são as orações dos
santos. E cantavam um novo cântico, dizendo: Digno és de tomar o livro, e de
abrir os seus selos; porque foste morto,
e com o Teu Sangue compraste para Deus homens de toda a tribo, e língua, e
povo, e nação; e para o nosso Deus
os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra.
Aqui diz que o Cordeiro foi reverenciado não pelo o que Ele era, mas
sim pelo o que Ele havia feito, que foi ter morrido a fim de comprar almas para
Deus com o Seu Sangue. E como será visto mais uma vez a seguir, esse também é o
motivo de reverência prestada a Ele pelos anjos. Essa Escritura confirma o que
foi afirmado pelo irmão Lee Vayle de que o Filho é adorado pelo o que Ele fez.
E
olhei, e ouvi a voz de muitos anjos
ao redor do trono, e dos animais, e dos anciãos; e era o número deles milhões
de milhões, e milhares de milhares, que com grande voz diziam: Digno é o
Cordeiro, que foi morto, de receber o poder, e
riquezas, e sabedoria, e força, e honra, e glória, e ações de graças. E ouvi toda a criatura que está no céu, e na terra,
e debaixo da terra, e que está no mar, e a todas as coisas
que neles há, dizer: ao que está assentado sobre o trono, e ao Cordeiro, (Eles estão falando de dois, ou seja, de Deus e do Seu Filho) sejam dadas ações de graças, e honra, e glória, e
poder para todo o sempre. E os quatro animais diziam: Amém. E os vinte e quatro
anciãos prostraram-se, e adoraram ao
que vive para todo o sempre.
“Adoraram ao que vive para todo o sempre”.
Essa é a mesma palavra que aparece em Apocalipse 4:9 quando diz que eles
adoraram ao que estava sentado no trono, Deus, e era a este somente que eles
estavam aqui outra vez adorando. Veja que enquanto os anjos e demais
seres celestiais reverenciam ao Cordeiro por causa de Seu sacrifício na cruz que
resgatou vidas para Deus, os demônios não podem fazer o mesmo, adorando a Jesus
pelo o que Ele fez, mas somente pelo o que Ele é: o Filho do Deus altíssimo.
Entretanto, nós
podemos adorar ao Filho e prestar nossa reverência a Ele pelos dois motivos,
pois é graças ao Filho de Deus que temos acesso ao Pai, uma vez que ninguém vem
ao Pai senão pelo Filho. Todavia não
existem dois deuses ou dois senhores a serem adorados. Ao adorarmos a Deus
estamos também ao mesmo tempo adorando ou reverenciando ao Seu Filho que Ele
enviou, porque Jesus disse: “Eu estou no Pai”, e é impossível adorar o Filho
sem estar adorando a Deus porque como disse o irmão Branham, Jesus é uma parte
de Deus, uma vez que é através do Seu Filho que Deus Se torna revelado e
conhecido a nós. Porém o Filho não é adorado da mesma maneira como adoramos a
Deus no sentido de prestação de culto, pois foi Jesus mesmo que disse que Deus
é o único a Quem devemos servir e adorar.
Mateus 4:10
Então
disse-lhe Jesus: Vai-te, Satanás, porque está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele servirás.
Porém nós honramos ao Filho por tudo que Ele é e fez. E ao honrarmos o
Filho, estaremos honrando ao próprio Deus e Pai que O enviou até nós.
João 5:23
Para que
todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho, não honra o
Pai que O enviou.
Ele na verdade é o único lugar provido por Deus para adoração, pois
Deus Lhe deu um nome que é sobre todo o nome ao qual todo o joelho deve se
dobrar. Portanto a adoração e reverência que vemos sendo prestadas a Deus e ao Seu
Cordeiro pelos anciãos, pelos milhões de anjos e por todas as demais criaturas
que se encontravam no céu, na terra e debaixo da terra em Apocalipse 5:6-11, é
a confirmação da promessa daquilo que Deus pretendia fazer com o Seu Filho,
conforme nos revelou o apóstolo Paulo:
Filipenses
2:9-11
Por
isso, também Deus O exaltou soberanamente, e Lhe deu um nome que é sobre todo o
nome; para que ao nome de Jesus se dobre todo o joelho dos que estão nos céus, e na terra, e debaixo da terra,
e toda a língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai.
Texto editado das notas para o sermão “Perguntas e
Respostas” (8/03/2015) pregado em Francisco Morato-SP.
AGRADECIMENTO
Por este meio agradecemos a todos os crentes que
com seu tempo, esforço e doações, fizeram possível a publicação e distribuição
deste material Cristão. Dando a conhecer que não é o trabalho de uma só pessoa,
mas uma equipe de crentes dedicados a serviço do Deus Todo-Poderoso, e Senhor
do Universo, e de Seus filhos.
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